SENSACIONAL! É impressionante o que Dexter conseguiu alcançar nessa temporada. Tudo, desde o primeiro episódio até agora, formou o caminho para a devastante e audaciosa cena final. E, agora “Dexter” nos deixa com essas poderosas imagens em nossas mentes e com a sensação de que essa foi uma das melhores temporadas de seriados que já assisti.
A tensão permeou todo o episódio, afinal Dexter nunca quebrou tanto o seu código quanto nessa temporada e as consequências dessa fuga do seu padrão surgiram nesse final de temporada. Numa tentativa desesperada de se livrar de Arthur logo depois do encontro dos dois na delegacia, Dexter acaba sendo preso. Com isso, ele quebra a regra mais importante de todas: nunca seja pego. E foi nesse breve momento que passou na cadeia que a consciência do seu padrasto e mentor o fez perceber o porquê dele estar agindo de maneira tão inconsequente. Não era porque Arthur tinha escapado ou por medo dele ser capturado pela polícia, mas porque Dexter temia pela segurança de sua família agora que o Trinity sabia seu verdadeiro nome. A sua vida “humana” estava afetando profundamente sua vida “sombria”, e uma escolha entre as duas tinha que ser feita.
Após isso, Rita vai pegar seu marido na delegacia e Dexter assume pra esposa que tem uma escuridão dentro de si. Com isso, temos uma das cenas mais fofinhas da temporada. O jeito com que Rita disse que acreditava que Dexter podia se livrar dessa escuridão foi tão bonito que me fez deixar de odiar a personagem, que odiei durante toda temporada, em apenas alguns segundos.
Na trama paralela, mais tensão! (precisei tomar calmantes enquanto assistia). Debra chega até a casa que foi da mãe de Dexter e liga todos os pontos. Descobre que ele é irmão do Assassino do Caminhão de Gelo, o psicopata que tentou matá-la na primeira temporada. Isso foi apenas uma semente do que pode vir no futuro, mas digamos que agora há uma certa desconfiança em Debra e não vai demorar muito até ela descobrir toda a verdade.
Por fim, Dexter conseguiu encontrar Arthur Mitchel e deu cabo do Trinity Killer. Antes disso, na mesa de execução, os dois tem uma conversa memorável. Arthur afirma que é impossível tentar e que ele deve aceitar sua escuridão, coisa que ele mesmo já tinha feito anos antes. Mas, ao pensar nisso, Dexter decide ser diferente e, apoiado pelo amor de sua irmã, esposa e filhos, fica convicto de que pode se livrar do passageiro sombrio.
Mas, então, quando tudo parecia se dirigir para mais um final de temporada sem ganchos, Dexter chega em casa e se depara com uma cena estarrecedora. Seu filho, assim como ele, sentado em uma poça de sangue, chorando com sua mãe morta ao lado. Isso mesmo, Trinity matou Rita antes de morrer! E nesse momento, lembrei de toda a conversa bonitinha que os dois tiveram antes e me senti bem triste, até com remorso de um dia ter pensado mal da Rita. E assim, com uma das cenas mais chocantes que já vi num fim de temporada, “Dexter” tem seu rumo completamente mudado. A morte de um dos seus personagens principais mudou o DNA da série para sempre.
É impressionante quando você consegue se envolver emocionalmente com uma obra de ficção. Você sente o que aqueles personagens sentem, você se preocupa com eles, você até chora com a morte de um deles e, então, você percebe que eles fazem parte de sua vida, apesar de nunca realmente tê-los conhecido. A 4ª Temporada de Dexter prova, principalmente para aqueles que estavam desconfiados como eu, que a série é uma das melhores já exibidas. Seu nível de qualidade é tremendo em toda a sua realização e posso dizer, como opinião pessoal, que essa foi a melhor temporada de série que já vi. E fico extremamente feliz de ter podido acompanhá-la na íntegra.