O que dizer sobre os primeiros episódios da última temporada de “Lost”? Antes de tudo, vale frisar que os criadores, mais uma vez, inovaram na narrativa. Depois dos “flashbacks”, “flashforwards” e viagens no tempo, tivemos agora o “flashsideways”, que representa uma realidade alternativa. Em vez de responder se a explosão que apagaria a queda do avião na ilha realmente funcionou, os roteiristas resolveram brincar conosco mais um pouco e agora eles mostram as duas realidades paralelamente. Mas algumas particularidades da realidade em que nada aconteceu me levam a crer que ainda haverá alguma pegadinha aí.
Falando primeiro do universo em que eles estão fora da ilha, foi legal rever velhos conhecidos como a Claire, o Boone e o Charlie. Mas é bom perceber que nem tudo está como conhecemos. O diálogo de Jack e Rose (Titanic feelings) estava invertido, o Hurley é sortudo, o Sawyer alertando sobre golpistas. É um conjunto de pequenas diferenças que pode vir a ser crucial no final da série. Afinal, o que é realmente esse universo alternativo?
Dentro da ilha, os que ficaram estão divididos entre o grupo que ficou com o Locke e o que está com o Jack. Vou falar primeiro dos desinteressantes, que são os amigos do Jack. Depois da despedida emocionante da Juliet, que deixou uma mensagem enigmática para o Sawyer e Miles, a história ficou meio chata. Aqueles hippies que estão num templo embaixo do templo do monstro de fumaça não colaram muito, mas enfim. E também a ressureição do Sayid foi um péssimo anti-clímax, pois há tempos quero que esse iraquiano cheio de pedância morra. É como o Sawyer disse: “O amor da vida dele morre, mas o torturador que atira em crianças continua vivo.” Mas segue minha torcida pela morte do Sayid até o fim da série.
Já na praia, as coisas foram bem mais interessantes. Descobrimos que o impostor que está usando a aparência do Locke realmente é o monstro de fumaça e que ele tem alguma relação com o Richard. A cena do fumação matando aquele pessoal foi bem legal.
Para início de temporada foi bom, mas para o início da última temporada de uma série como “Lost”, acho que faltou em causar empolgação. Não foi ruim, mas sinto que podia ser bem melhor. Bem, infelizmente, na próxima semana temos o episódio da Kate, o que é um péssimo sinal já que os episódios centrados nela costumam estar entre os piores de cada temporada.